domingo, janeiro 22, 2017

Um filme americano

O cenário é o da república imperial romana! Em grande plano vemos o Capitólio e por lá desfilam tribunos, generais, velhos patrícios com as suas famílias, medindo-se, espreitando a oportunidade para substituir o novo César! Já não há envenenamentos mas as ciladas devem ser imensas atendendo ao dispositivo de segurança que está montado no terreno! Quem paga tudo isto?! Roma ou o império?! O império, obviamente. Nós e todos os que por esse mundo fora estão presos ao espectáculo da maior democracia do mundo, como lhe chamam! ‘We, the people’! E faço um esforço mas torna-se difícil descortinar o povo naquela tribuna cheia de casacas e guarda-costas Segue-se então o juramento, a mão sobre a Bíblia, mas o novo César é um tanto exagerado, em vez duma Bíblia, jurou sobre duas, a que serviu a Lincoln e a que trouxe de casa. E já agora uma pergunta aos jacobinos domésticos: - quem é que descobriu naquela cerimónia a separação entre a religião e o Estado?! Não respondam, nem pensem, leiam apenas a frase que está gravada no Capitólio… e nas notas de um dólar – In God we trust’! Não preciso de traduzir.
Para um monárquico, que sabe ler os sinais que ali se produziram, os tempos são perigosos, a república é um regime instável, naturalmente agressivo para os outros, incapaz de agregar seja o que for. A sorte da América tem sido as instituições que herdaram dos ingleses – uma constituição histórica, o culto da tradição que daí advém e o facto de, na vida política, Deus estar sempre em primeiro lugar. Sem isso aquele aparatoso cerimonial não se distinguiria de uma qualquer parada bolchevique, ou então, se formos para o lado de Hollywood, de uma entrega dos óscares.


Saudações monárquicas 

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