quinta-feira, janeiro 21, 2016

Subvenção vitalícia, segundo mandato, primeira dama!

Não, não vou escrever sobre as subvenções vitalícias dos ex-deputados, patriotas que desperdiçaram alguns anos das suas vidas a fazer as leis que deram cabo das nossas! Isso seria mesquinho. Vou concentrar-me naquelas que são devidas aos ex- presidentes da república. Como se sabe a lei eleitoral prevê a possibilidade de um segundo mandato, possibilidade essa que acaba sempre por acontecer. A coisa funciona assim: - no primeiro mandato não fazem ondas, distribuem beijinhos à esquerda e à direita, estão em campanha eleitoral permanente, o que os leva fácilmente à reeleição. A partir daqui tornam-se mais ásperos para os governos e sofrem a tentação da posteridade! No fim do exercício abandonam Belém e passam a receber uma subvenção vitalícia. Além de outras mordomias. Teremos dentro em breve quatro ex-presidentes nesta situação.

Fala-se agora em reduzir o cargo a um único mandato, eventualmente um pouco mais dilatado, o que se afigura mais de acordo com a lógica republicana. O problema é que quer as subvenções vitalícias quer as mordomias irão disparar! E mesmo com a lei da vida a interceder pelos contribuintes é bem possível que a média de ex-presidentes subvencionados se fixe na meia dúzia! O que convenhamos é muito ex-presidente junto! Lenine perguntaria então - que fazer?

Há básicamente três hipóteses. - ou se acabam com as subvenções vitalícias, mordomias e ponto final. Ou se desvaloriza o cargo através de uma eleição indirecta (por exemplo à italiana) e acabam-se também as subvenções e mordomias. Ou se restaura a monarquia, regime bastante mais coerente e mais barato.

Entretanto a única poupança que o regime republicano promete é o abençoado fim das primeiras damas! Mas pelos piores motivos! Descasados, ou mal casados, os actuais candidatos já admitiram que não há primeira dama no horizonte. Do mal o menos.

Saudações monárquicas

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