quinta-feira, dezembro 03, 2015

Virar a página – reconfigurar a direita!

O debate de hoje pouco interessa, os dados estão lançados. Não vale a pena continuar a remoer uma derrota amarga, derrota previsível mas não prevista como fez questão de salientar António Costa. Há que virar a página e centrar o discurso nas causas da direita, aquelas que são distintivas, em lugar de prolongar o papel de bom aluno da troica, espiando e temendo que o governo socialista não cumpra o que prometeu! Que gaste o dinheirinho que juntámos! Uma estratégia incompreensível, em primeiro lugar porque menospreza as capacidades de Costa, o que quanto a mim é um erro crasso, e em segundo lugar porque se Costa falhar será obviamente penalizado em próximas eleições. Também não percebo a moção de censura se o objectivo é apenas ficar com uma foto de família da frente esquerda! O adversário principal da direita é o partido socialista e não os seus companheiros de jornada. PCP e Bloco são problemas de Costa, não nossos.

Aqui chegados, chegámos à parte mais difícil! Mas afinal quais são as causas da direita?!
Bem, este não é o local mais apropriado para elencar uma plataforma de combate político, ainda assim não será muito difícil definir alguns princípios comuns:

Antes de mais, a direita distingue-se na política pela seriedade e rigor. É um handicap em relação à esquerda, por natureza golpista, mas terá de ser assim. Depois, e olhando para dentro, a direita preocupa-se com o país real, não sendo portanto dada a grandes abstracções e utopias. A direita quer um estado forte e competente, não quer um estado gordo. Gordo de clientelas e inutilidades. A direita cultiva a tradição porque sabe de onde vem, logo sabe o caminho. Neste sentido e olhando para fora, reconhece as comunidades que ajudámos a construir sendo elas uma prioridade da nossa política. Na união europeia somos portugueses e somos parte de um projecto de países soberanos. Assim, nunca confundimos convergência com integração. Como pessoas de bem cumprimos os tratados e convenções que assinámos. Mas não abdicamos de os rever, ou sair deles, quando se tornem leoninos ou absurdos.
Por fim e face aos grandes desafios que se colocam no plano mundial, nomeadamente as ameaças aos valores que professamos, e que decorrem da matriz cristã que nos moldou, saberemos defendê-los, sem tibiezas, tal como já os defendemos no passado.

Estes são princípios e desígnios que neste momento não têm representação parlamentar e por isso reclamam uma reconfiguração da direita. Da direita que não temos.



Saudações monárquicas

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