terça-feira, novembro 24, 2015

Ontem, hoje e amanhã…

Roubei o título ao José Cid mas foi só o título porque a crónica segue longe, muito longe, de um romance para a vida! Estamos no terreno lamacento da política, da política à portuguesa. Ontem ainda havia uma certa esperança, a esperança de que o presidente da república fizesse jus ao semi presidencialismo constitucional, hoje porém rendeu-se a António Costa, e indigitou-o para formar governo.

Costa ganhou este primeiro combate e tudo indica que será incensado nos corredores do palácio do Rato, mas o país permanece em silêncio e o mais provável é que depois de um golpe bem sucedido, as pessoas caiam em si e olhem o dia de amanhã com mais dúvidas do que certezas.

O regime mudou, as contradições e os choques que esta crise revelou puseram a nu aquilo que havia sido escondido ou dissimulado para manter de pé o tal arco da governação. No fundo a alternância no poder de dois partidos iguais - o PS e o PSD. Costa acabou com isso. A alternância no futuro será entre a esquerda e a direita, uma direita que actualmente não existe mas que Costa inevitávelmente convocou.

A lei eleitoral terá obrigatóriamente de ser reformulada, para cumprir a constituição, e o semi presidencialismo será clarificado. O regime ou resvala de vez para o parlamentarismo, ou então, o que é menos provável, acentua a sua vertente presidencial. Neste meio-termo não fica. A monarquia depois do pó assentar e do cansaço que a crise permanente há-de provocar, poderá ter a sua vez. A alternativa é novamente um regime de chanceler com outro Salazar.



Saudações monárquicas

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