quinta-feira, novembro 19, 2015

Costa longa vida – com prazo de validade!

O melhor iogurte do mercado! Quem disse que não éramos como a Grécia?! Vamos ser, sim senhor. A diferença é que o nosso Tsipras não precisa de ganhar eleições. Verdade se diga que também não vem da extrema-esquerda. Vem do PS, um partido menos delirante.

Mas a política portuguesa é uma caixinha de surpresas! Então não é que Cavaco Silva também vai levar a sua avante?! Isto vai ser assim: - ou ganham todos ou não ganha ninguém! Descodifiquemos o iogurte:

O primeiro ganhador será Costa o que prova que neste país a fraude compensa. Mas só compensa um bocadinho o que também faz parte da índole nacional. É tudo em ‘inho’! Costa será indigitado e aceitará agradecendo a Cavaco a oportunidade soberana para mostrar os seus dotes florentinos, especialmente a manilha de trunfo que lhe vai permitir manter os seus parceiros à esquerda em sentido e ao mesmo tempo exigir a colaboração de PSD e CDS sem estes torcerem o nariz. Cavaco oblige! É o melhor dos mundos e só tem contra si o pouco tempo do governo de transição e a quadratura do círculo que é o seu programa de governo! A legitimidade pessoal que (também) não tem, o golpe, e outras malfeitorias, serão pagas mais tarde, no tempo certo.

O segundo ganhador será Cavaco Silva que finalmente irá ver cumprida a sua grande aspiração: - teleguiar o próximo governo! Segundo consta irá indigitar Costa com algumas garantias: - que este se demitirá a breve prazo (o prazo não sabemos*) para que possa assim legitimar o seu governo de transição. Tsipras fez o mesmo e ganhou. Costa poderá não ganhar as próximas eleições. É o risco que tem que correr para ser agora indigitado.

A esquerda, PCP e Bloco, também ganham qualquer coisa. Ganham espaço para fazerem barulho durante uns tempos. Já não é mau se tivermos em linha de conta que a outra opção seria um governo de gestão com Passos, ou de iniciativa presidencial, que mesmo chumbando no Parlamento, ficaria também em gestão.

Passos e a coligação também ganham. Haverá a garantia de eleições antecipadas e apenas dependem da performance de Costa. Ficam entretanto obrigados (será uma exigência de Cavaco) a colaborar com o governo de Costa nas questões relacionadas com os nossos compromissos europeus e internacionais.

Marcelo finalmente também ganha. Se esta solução se concretizar já pode dormir descansado. A direita não vai insistir para que clarifique a sua posição sobre se dissolve ou não o Parlamento. A prometida demissão de Costa resolverá o assunto.

Inconvenientes?! Para já, vejo dois:
- A fraude eleitoral, embora mitigada pelo prometido tira-teimas, não se apagará da memória dos eleitores. A terceira república, nesse aspecto, ou se reforma rápidamente (estamos a falar da constituição) ou tem os dias contados.
 - Em segundo lugar a palavra de Costa não é segura além de que os acontecimentos (nomeadamente externos) podem entretanto dar uma reviravolta nisto tudo. Veremos.



Saudações monárquicas


(*) A data da demissão de Costa, no sentido de legitimar a solução governativa que tem vindo a propor, não pode deixar de ser em Abril do próximo ano, quando já for possível haver eleições legislativas. E a exigência que Cavaco certamente lhe fará de tornar público tal compromisso, não vai permitir que Costa volte com a palavra atrás. Penso eu de que...

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