sábado, novembro 21, 2015

‘Assumi a liberdade, arcarei com a responsabilidade’!

Era bom que assim fosse mas não é! A frase que escolhi para título é de Paula Teixeira da Cruz, ministra da Justiça do anterior governo, actual deputada do PSD, e que votou, juntamente com a esquerda, a adopção de crianças por 'casais' do mesmo sexo.

Tal como Paula Teixeira da Cruz houve mais dezanove deputados da chamada ‘coligação de direita’ que ‘adoptaram’ o mesmo procedimento. O PSD e o CDS tinham dado liberdade de voto, o que nas actuais circunstâncias da lei eleitoral significa apenas dispensa da disciplina partidária. Explico melhor:

Na realidade Paula Teixeira da Cruz não assumiu a liberdade, limitou-se a aproveitar a liberdade que o partido lhe concedeu para votar como quis. E não vai arcar com responsabilidade nenhuma porque nenhum eleitor lhe vai exigir essa responsabilidade. E não vai exigir porque nenhum eleitor a escolheu para ser deputada.

Paula Teixeira da Cruz foi apresentada aos eleitores, tal como todos os outros deputados, numa lista partidária e quem a escolheu foi o chefe do seu partido. A responsabilidade individual pressupõe uma escolha individual e isso não aconteceu em relação aos eleitores. Quando muito irá penalizar o partido nas próximas eleições mas isso tem pouco a ver com os seus temores.

A conclusão é óbvia e toca no cerne da nossa vida politica: - enquanto perdurar esta lei eleitoral a assembleia da república está diminuída. E está diminuída naquilo que é essencial - na liberdade e na responsabilidade. Duas condições essenciais à democracia.



Saudações monárquicas

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