quinta-feira, outubro 22, 2015

Governo de gestão ou fraude eleitoral?! (Prós e contras)

Passos será indigitado, não tenho dúvidas, formará governo e se, como tudo indica, cair com base numa moção de rejeição, as hipóteses que restam ao presidente da república são apenas duas: - ou manter o governo de Passos em gestão até ser possível convocar novas eleições, ou dar posse a um governo minoritário do PS, encabeçado por António Costa e apoiado no parlamento pelo PCP e pelo Bloco de esquerda.

A favor da primeira hipótese o argumento decisivo prende-se com a legitimidade eleitoral. Os eleitores votaram sem que lhes tenha sido apresentada previamente a solução governativa que está agora a ser desenhada. Trata-se de uma ‘frente de esquerda’, uma proposta original, que em quarenta anos de democracia nunca foi apresentada, havendo por isso a forte convicção de que se o fosse, os resultados eleitorais seriam diferentes.

A outra vantagem de um governo de gestão seria garantir, com um mínimo de custos, que todo o esforço de contenção orçamental e todos os sacrifícios pedidos aos portugueses nestes últimos quatro anos não iriam por água abaixo.

Finalmente e ainda no campo das vantagens, não fica mal lançar aqui um argumento maquiavélico: - se António Costa desdenha e afasta sempre a hipótese de um governo de gestão… então é porque o governo de gestão não deve ser assim tão mau.  

Os inconvenientes de um governo de gestão são conhecidos: - não pode prolongar-se por muito tempo, além da usura que inevitávelmente provocaria na coligação em termos eleitorais.

A favor da segunda hipótese apenas se vislumbra a sobrevivência política de António Costa. A clarificação do leque partidário, essa, ficou feita a partir do momento em que Costa preferiu aliar-se à sua esquerda. É uma vantagem para o futuro mas não pode servir para comprometer o presente.

Inconvenientes são vários e todos eles graves. Em primeiro lugar enganar os eleitores desta maneira não é coisa de somenos. É o próprio regime democrático que está posto em causa. Quanto à solução governativa, ela é tudo menos estável. Pode durar mas sempre á custa do aumento da dívida pública. Será um governo reaccionário, incapaz de fazer qualquer reforma e por isso, o ‘monstro’ a que chamamos estado, tornar-se-á cada vez maior.

Tem a palavra Cavaco Silva…


Saudações monárquicas

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