terça-feira, novembro 25, 2014

O testa de ferro

Seria um bom título para um romance, é um bom título para Sócrates, e a única dúvida que permanece, e o processo poderá revelar, consiste em saber se é apenas um aventureiro, um mercenário, ou se tem alguma convicção política para além de uma enorme ambição pessoal.

Sabemos que começou na juventude social-democrata, sabemos que se mudou para o outro partido do poder, sabemos que conquistou prestígio pela teimosia (e autoridade) com que lidou com as populações que não queriam os aterros sanitários nas suas terras, chegou a primeiro-ministro com essa aura, e a partir daí, foi afrontando tudo aquilo que se atravessasse à sua frente. Para isso seleccionou (cuidadosamente) adversários e benesses.

De início, ameaçou as farmacêuticas, para quem actualmente trabalha, seduziu a comunicação social, sossegou o velho partido republicano e a maçonaria quanto aos processos judiciais que envolviam alguns dos seus membros (veja-se a Casa Pia), assim conquistou a magistratura, fez as leis que o protegiam, fez-se amigo dos banqueiros mais influentes, dos personagens internacionais mais badalados, abraçou as causas fracturantes, afrontou a Igreja, deu um ar de modernidade e progresso à sua governação, tudo parecia correr bem, até que o estado faliu!

Aparentando algumas semelhanças com os tempos de Afonso Costa, tornou-se ídolo de uns quantos sendo odiado por outros tantos, foi detido, está em prisão preventiva, o mesmo aconteceu ao tribuno da primeira república quando já se vislumbrava o seu fim.
Resta adivinhar se terminará (também) a sua carreira política num exílio dourado em Paris!
Aguardemos.



Saudações monárquicas  

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