domingo, novembro 30, 2014

A república é isto!

O filho do ex-presidente, a filha do ex-deputado, o filho do magistrado, os filhos na PT, no partido, em todo o lado, uma prole imensa que desfila no ecrã televisivo e nos faz pensar que os lugares no estado, nas empresas públicas e semi-públicas, nas autarquias, nas listas partidárias, provêm da hereditariedade e não do mérito!

Quase que podemos concluir que tal princípio, tão combatido pelos jacobinos quando se trata do filho do Rei, é afinal prática corrente na república! A todos os níveis, com o maior despudor, criando e protegendo uma nomenclatura que vive basicamente dos impostos pagos por todos!

Percebe-se então que não queiram o Rei nem a sua dinastia para terem enfim muitos reizinhos e muitas dinastias que se perpetuam no poder!

E a malta gosta! Ou se não gosta, fica calada!



Saudações monárquicas 

terça-feira, novembro 25, 2014

O testa de ferro

Seria um bom título para um romance, é um bom título para Sócrates, e a única dúvida que permanece, e o processo poderá revelar, consiste em saber se é apenas um aventureiro, um mercenário, ou se tem alguma convicção política para além de uma enorme ambição pessoal.

Sabemos que começou na juventude social-democrata, sabemos que se mudou para o outro partido do poder, sabemos que conquistou prestígio pela teimosia (e autoridade) com que lidou com as populações que não queriam os aterros sanitários nas suas terras, chegou a primeiro-ministro com essa aura, e a partir daí, foi afrontando tudo aquilo que se atravessasse à sua frente. Para isso seleccionou (cuidadosamente) adversários e benesses.

De início, ameaçou as farmacêuticas, para quem actualmente trabalha, seduziu a comunicação social, sossegou o velho partido republicano e a maçonaria quanto aos processos judiciais que envolviam alguns dos seus membros (veja-se a Casa Pia), assim conquistou a magistratura, fez as leis que o protegiam, fez-se amigo dos banqueiros mais influentes, dos personagens internacionais mais badalados, abraçou as causas fracturantes, afrontou a Igreja, deu um ar de modernidade e progresso à sua governação, tudo parecia correr bem, até que o estado faliu!

Aparentando algumas semelhanças com os tempos de Afonso Costa, tornou-se ídolo de uns quantos sendo odiado por outros tantos, foi detido, está em prisão preventiva, o mesmo aconteceu ao tribuno da primeira república quando já se vislumbrava o seu fim.
Resta adivinhar se terminará (também) a sua carreira política num exílio dourado em Paris!
Aguardemos.



Saudações monárquicas  

terça-feira, novembro 18, 2014

Um canto lusitano

O traço indispensável
O desenho rápido
Nem mais nem menos
A exagerar para menos
De propósito
As imagens eram palavras
As palavras eram imagens
E as perguntas, messiânicas,
Qual é a linguagem do pensamento humano?!
O português, não há engano!

Irrequieto ou inquieto
Mau ouvinte
Tinha muito pra dizer
A síntese faiscante
Mais tarde lancinante
O génio presente
A busca fremente
Num palco de ilusões
O tempo era dele
Sem contemplações

Ensinou-me e aprendi
Fui discípulo, tradutor
Provávelmente traidor
Viajámos sem navio
Houvesse calor ou frio
Zanguei-me, zangou-se
Não me lembro do que fosse
Chegada a hora, partiu
Há-de viver no meu canto
Neste recanto que é meu!

João Sousa Menezes, em 17 de Novembro de 2014


(memória do tio Álvaro Dentinho) 

quarta-feira, novembro 12, 2014

Novo banco accionista encarnado!

Um sermão inútil, ainda assim necessário, eis em todo o seu esplendor a união soviética portuguesa! Resultado: - aconteça o que acontecer, vamos continuar a ajudar o Benfica… sem querer! E ninguém se escandaliza, parece coisa normal! Verdade que também ninguém investe! Porque de facto não vale a pena investir num país onde os dados estão viciados à partida! Pois se até um simples jogo de futebol começa inquinado!

Que fazer, perguntariam nos maus velhos tempos alguns esquerdistas mais ingénuos?! Pergunta que ficou obviamente sem resposta, esmagada pelo rolo compressor do estalinismo.

Pode haver quem argumente que o antigo BES também era accionista da SAD do Benfica, coisa natural, acrescentariam, em se tratando de uma empresa privada. Não é bem assim, pois como se tem visto os bancos não são afinal tão privados como se pensa. O estado não os deixa ir à falência! E ficamos todos nós a pagar o desastre. Por isso podem fazer fazer as loucuras que quiserem incluindo alinhar (sem qualquer pudor) com um (ou mais) competidores de uma modalidade desportiva profissional!

E chegamos à lógica de qualquer accionista: - o que é bom para o Benfica é bom para o Novo Banco! Mas já verificámos que o que era bom para o BES (agora Novo Banco) não foi bom para Portugal. Em que ficamos?!

Tem a palavra o governo desta república batoteira, a Liga de clubes, se é que existe, em última análise algum juiz de fora, em nome da defesa da concorrência. Em nome da nossa higiene mental.



Saudações azuis

terça-feira, novembro 11, 2014

RTP - a morte assistida!

Se havia dúvidas, foram ontem dissipadas. De regresso ao canal público de televisão aí estão os chamados ‘temas fracturantes’, conversa fiada que esconde o plano desenvolvido no consulado de Sócrates para desviar as atenções do essencial. Tempo de antena precioso para reunir as hostes, cativar os ingénuos e dividir os adversários. Começou o assalto ao poder.

Esquecidos estão os tempos da Casa Pia, branqueados os seus protagonistas, os respectivos encobridores, todos eles, ou quase todos, hoje, na linha da frente, imaculados! Repete-se assim, com a maior desvergonha, a mesma receita, o mesmo esquema, desta vez, não tenho dúvidas, para abafar o escândalo do BES e da PT, empresa que servia para tudo, inclusivé para dar emprego aos filhos da nomenclatura. Da esquerda à direita, se é que estas designações têm algum significado neste país especialmente corrupto.

‘Os dados estão lançados’ e pouco há a fazer pois pelos vistos poucos são os que escapam (ou escaparam) aos benefícios concedidos, às várias conivências com que o regime republicano compromete pessoas e bens.
É triste, muito triste.


Saudações monárquicas

sexta-feira, novembro 07, 2014

Aquecimento global

O tempo arrefece mas o que aí vem prenuncia um ano de muito calor. Calor eleitoral, já se vê, num clima de vale tudo, incluindo uma frente popular de esquerda. Obviamente capitaneada pelo Costa de serviço!
E se assim for, repete-se, com as devidas adaptações, a velha paródia republicana que antecedeu a ditadura.

Desculpem se insisto nesta tecla, mas pensem um bocadinho: - para contentar toda aquela turba de famintos de estado, desde os bloquistas desunidos aos socretinos sedentos de vingança, desde os comunistas espertalhões aos direitinhas invejosos - que aparecem na televisão a dizer mal do governo - para amamentar tanta gente, que promessas, que pactos, que conluios, terá Costa de fazer se quiser ganhar as próximas eleições?!

Eu imagino, deve ser um pacote de ideias suficientemente vago, suficientemente distante, e insuficientemente explicado, que garanta o único objectivo que norteia o núcleo activo de apoiantes – chegar ao poder.
Uma vez lá chegados, cada um tratará dos seus interesses, e não tardará muito a perceber-se que o dinheiro, afinal, não chega para tantas encomendas! E das duas, uma: - ou a união europeia alinha nesta brincadeira e será trágico para a mesma união, ou não alinha e será trágico para todos nós portugueses.

Pois é, a história até poderia mudar, mas para que isso acontecesse seria preciso que o homem, o ser humano, tivesse mudado também. E ele ainda não mudou.


Saudações monárquicas