terça-feira, janeiro 22, 2013

Boas noticias para Portugal, más noticias para a esquerda!

Estava eu a dormitar junto á televisão e eis que surge a noticia breve, dita sem entusiasmo pela locutora de serviço: - o governo vai amanhã voltar aos mercados para se financiar, antecipando assim em uma série de meses uma das suas promessas. E acrescentava no mesmo tom: - Portugal conseguiu que o pagamento da dívida fosse protelado no tempo, indo ao encontro das recorrentes sugestões da oposição.
Pois bem, um a um, desde Seguro ao Bloco, nem um elogio, nem o silêncio que o pudor aconselhava, pelo contrário, choveram as críticas, porque 'não há qualquer mérito do governo', ou porque 'já foi tarde'!
Quem, desembarcado de Marte, ouvisse aquilo, regressava imediatamente a Marte. Foi o que eu fiz.

Saudações monárquicas 

terça-feira, janeiro 15, 2013

O paradoxo francês!

Prisioneira (na Bastilha) da sua própria revolução, guilhotinada na sua antiga religião e cultura, bonapartista por consequência e vaidade, a França vive hoje o momento culminante do seu paradoxo!


Explico: - depois de se deixar invadir e infiltrar por tudo o que lhe era (e é) estranho, desde o laicismo mais gritante, ao desregramento dos costumes, mais aberrante, ao islamismo mais triunfante, ei-la a soerguer-se contra tudo o que atrás fica descrito, intervindo no Mali em defesa dos valores essenciais da civilização ocidental! Uma atitude de coragem e de alto risco!


Traz à memória a ideia (e o esforço) do Desejado, que no seu tempo tentou antecipar-se ao previsível cerco do flanco sul da Europa. Na altura chamou-se Alcácer Quibir e poucos são os que ainda hoje compreendem a grandeza desse gesto!


No outro lado do paradoxo, como que a explicá-lo, mas em desespero de causa, assistimos a uma manifestação de homossexuais contra a adopção de crianças por … homossexuais! No fio condutor, os valores de que se reclamam as várias religiões do Livro. Dir-se-á que mais vale tarde do que nunca, mas que tudo isto é estranho, isso é.






Saudações monárquicas

quinta-feira, janeiro 10, 2013

Orçamento 2013

Ando frenético,
De frenesim,
De comoção,
Estou desarmado,
Vivo cansado,
Tomo remédios,
Sobe a tensão,
A noite desce,
Queimo um cigarro,
Pura ilusão,
Fui promulgado,
Logo enviado,
A tribunal,
Rogo aos juizes,
Aos meus santinhos,
Às meretrizes,
Estou inocente,
Que mal fiz eu
A tanta gente,
Já perceberam,
Sou orçamento,
Querem comer,
É natural,
Mas sem haver
Só por milagre
Constitucional!
Sua excelência
Não é normal
Anda a pedir,
Anda a servir,
Mas quer mandar,
Eu é que sofro,
Com tanta gralha,
Como eu lamento,
Sou orçamento,
Não tenho palha
E nunca vi…
Tanto jumento!

quarta-feira, janeiro 09, 2013

O relatório do nosso descontentamento!

Ei-lo, a pedido do governo, o relatório do FMI, com as conclusões que todos adivinham, com as indicações que todos temiam. Aliás, este relatório só acontece porque o governo não teve a coragem de afrontar (e enfrentar) a desmesurada (e injusta) gordura do estado. Foi assim mais fácil pedir aos credores internacionais para dizerem a verdade. E a verdade que o FMI descobriu é fácil de descobrir: - por detrás de uma fachada mais ou menos modernaça esconde-se a velha república socialista… quase soviética! Onde tudo ou quase tudo depende do estado!


Nesta perspectiva, esta terceira república é muito parecida com a segunda, com duas assinaláveis diferenças: - em primeiro lugar não existe censura prévia. Nem ela seria possível, hoje, na união europeia, e na situação de dependência em que nos encontramos; em segundo lugar, o Dr. Salazar nunca cairia no erro de tornar a função pública mais atractiva que a actividade privada. Mas as luminárias de Abril não se contiveram e por isso chegámos ao ponto a que chegámos. Estou até convencido que o primeiro grito do recém-nascido em qualquer maternidade portuguesa é apenas um: - eu quero ser funcionário público!






Saudações monárquicas

terça-feira, janeiro 08, 2013

Está suspensa, sim senhor!

E quem disser o contrário está a mentir. Claro que a constituição está suspensa desde que o país sofreu a intervenção de credores externos. Credores que impuseram as suas condições. Condições indispensáveis ao funcionamento do estado tal como se encontra organizado. E pouco importa que a intervenção tenha sido solicitada por nós… em desespero de causa! Para o efeito é o mesmo. E o efeito consiste em abdicarmos, por determinado período de tempo, da essência normativa que pressupõe qualquer texto constitucional.

Mas podemos ir mais longe: - também devem considerar-se suspensos, ou pelo menos limitados, os vários poderes que a mesma constituição atribui aos diversos órgãos de soberania. Presidente da república incluído. É aliás por causa disso que a assembleia da república não aprova legislação contrária ao memorando da tróica. É também por causa disso que o presidente promulga o orçamento embora não concorde com ele. E será por causa disso que o tribunal constitucional tudo fará para minimizar as inconstitucionalidades que eventualmente existam. Porque se o não fizer ficará com o ónus de abrir uma crise política sem retorno. Ou cujo único retorno será o agravamento das medidas que actualmente já penalizam, e muito, o bolso dos portugueses.

‘Os dados estão lançados…’ e só alguém com pretensões a César poderá atravessar o Rubicão!

Muito sinceramente, não vejo que seja Aníbal Cavaco Silva.





Saudações monárquicas

sexta-feira, janeiro 04, 2013

O círculo dos robertos!

Já que estamos em maré de circos e quadraturas vamos até à praia recordar os inolvidáveis robertos! Os velhos fantoches que se agitavam atrás de uma barraquinha e faziam as delícias da pequenada. O enredo é simples. A personagem principal também: - Dona Inocência da Constituição!


Diz o Costa – então não querem lá ver que o Catroga quer mexer na nossa Inocência! É preciso muito descaramento! Uma senhora daquelas! Tão séria, com uma linhagem tão antiga! Anda Pacheco, diz qualquer coisa! Afinal tu és historiador… pelo menos gostas de contar histórias!


Pacheco entra em cena e confirma: - Pois.


Costa prossegue: - nunca é demais recordar a origem da nossa Constituição! Ela descende em linha recta da revolução francesa! A mesma que deu o peito ao Napoleão! É prima em primeiro grau da Carbonária, uma rapariga acima de qualquer suspeita! E se não me falha a memória tem (ou teve) muita parentela soviética. Em democracia não há melhor!

Portanto, responsabilizar a Dona Inocência pelo descalabro das contas públicas só pode ser má vontade!


O Lobito interrompe: - eu não sou de intrigas mas parece-me que a Dona Constituição anda a viver fiado há muito tempo. Além disso, hipotecou-se à união europeia sem dar cavaco a ninguém! E pior ainda, vendeu-se à troika por dinheiro! Ora isto não condiz com a linhagem. Nem com a soberania. Ou condiz?!


Pacheco exalta-se: - Oh Lobito, não mudes de assunto! O governo tem que cumprir o acordo sem ofender a Dona Inocência e pronto. Se não conseguir governar nessas condições… pronto também!



A pequenada, entretanto, foi ao banho. O dono da barraquinha diz que para a semana há mais.




Saudações monárquicas

quinta-feira, janeiro 03, 2013

Dona constituição falida!

(Primeiro acto)


Dona constituição apresenta-se e vai dizer de sua justiça! Ela e um grupo de pessoas que a grande maioria dos portugueses não conhece, nunca lhes viu a cara, mas que no recato do palácio Ratton (que coincidência de nome!) se preparam para desgovernar sem que para tal tenham sido eleitos!


Vira o disco e toca o mesmo. Dizem que é assim que (a coisa) funciona em todas as latitudes! Em todas as latitudes pode ser, só que não é em todas as latitudes que existe um país intervencionado. E que se obrigou (perante os credores) a tomar um conjunto de medidas concretas … queira ou não queira, goste ou não goste. Resumindo e concluindo, fazer floreados nestas circunstâncias, só pode ser brincadeira de mau gosto.



(Segundo acto)


Os floreados são do presidente que entretanto reentrou em cena na vã tentativa de agradar a todos! Diz que jurou defender a constituição, o que pode acontecer a qualquer um que se candidate ao cargo. Aqui não há novidade. O problema, impossível de disfarçar, é outro: - trata-se de uma constituição socialista, que apesar das várias revisões, mantém o mesmo fio condutor, mantém a mesma raiz. Por consequência, em nome do ideário socialista, é sempre possível descobrir inconstitucionalidades em normas que se afastem daqueles princípios. O que em certa medida é o caso deste governo. Resumindo e concluindo, o actual presidente jurou afinal defender uma constituição socialista e quem nele votou nunca saberá se o próprio tem consciência disso! Por outro lado, uma constituição socialista está sempre pronta a chumbar um orçamento e a derrubar um governo não socialista. Tenha esse governo maioria absoluta ou não! Se ainda não o fez a razão é simples: - este governo é (por enquanto) o garante do recebimento do cheque que sustenta esta constituição e este socialismo falido.



(terceiro acto)


Dona constituição falida, em desespero de causa, deita culpas à Alemanha! Queixa-se que a Europa já não é socialista, já não é solidária. Adeus federalismo, adeus constituição napoleónica, o ideal jacobino a passar dias difíceis! Porque a injustiça do mundo não tem medida! Especialmente quando se deixa um testamento fantástico! Relacionemos alguns dos bens (na parte que nos toca): 


- O país mais desigual da união europeia;

- O segundo lugar em número de funcionários públicos per capita;


- O record de desemprego… privado;


- O record de garantias (e dilacções) para arguidos judiciais;


- Campeão de auto-estradas e rotundas;


- Bota de ouro em parcerias leoninas;


- Honoris causa em desertificação; abandono da agricultura, das pescas, da indústria;


- Prémio especial para curiosidades: - pedofilia sem pedófilos; corrupção sem corruptos; etc.


- Licenciaturas ao domicílio; geração mais diplomada de sempre; mestres antes de serem aprendizes;


E finalmente, entre tantos outros bens, a independência ligada ao euro, ao preço da uva mijona.



Com esta constituição vamos longe!


Desce o pano.




Saudações monárquicas