terça-feira, abril 17, 2012

A república dos cágados

De Espanha ‘nem bom vento nem bom casamento’, mas não vamos exagerar. Hoje, pela manhã, uma colega de trabalho (que aprecio e estimo), sabendo-me monárquico, invectivava (fortemente) o rei de Espanha pelo facto de ter participado numa caçada aos elefantes. A crítica tinha sobretudo a ver com os elefantes, e por ser uma espécie em extinção. Respondi-lhe que os reis também são uma espécie ameaçada e que a sua reacção era a prova disso mesmo. Ou seja, tentei explicar-lhe que o rigor com que se julgam as Altezas (e já agora, os sacerdotes da Igreja Católica) não tem qualquer comparação com outros juízos ou julgamentos. E fui mais longe: - se me chamasse Freud atrever-me-ia a concluir que todo esse empolgamento poderia esconder o desencanto de uma paixão recalcada. Como se os reis, ou as rainhas, não pertencessem ao género humano, e estivessem condenados à perfeição!
Mas a verdade é que são seres humanos, que nos representam, a nós, seres humanos também. Com os nossos defeitos e qualidades.
Aliás, a crítica maior, a que veio de Espanha, não tinha a ver com os elefantes, mas com o recato, com a austeridade, esse conceito ‘beatífico’ que passou a ser a medida de tudo e de todas as coisas. Especialmente para julgar os outros.
Sendo assim, admito perfeitamente que não estamos em época de caçadas aos elefantes, e que o melhor é seguir a agenda da ‘alta autoridade para a austeridade’. Se não conhecem eu dou-vos alguns detalhes: - é laica, republicana e socialista, é muito económica, e deixa os países por onde passa em situação de banca rota.

Saudações monárquicas

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