sábado, abril 16, 2011

Na esteira do futebol

Não, não vou repetir as idiotices que se ouvem em alturas de euforia, idiotices do género: - 'se todas as actividades económicas fossem tão competitivas como o futebol português não estávamos na banca rota'! Discordo e tenho outra ideia sobre o assunto. Mas sei ler os sinais (positivos) que explicam o actual sucesso desportivo. Explico:

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- Em primeiro lugar é preciso esclarecer o seguinte - o nosso futebol tem uma organização soviética, fruto de uma mentalidade também soviética e resume-se à existência de três 'clubes do estado'. Três clubes super protegidos, verdadeiros eucaliptos que secam tudo à sua volta. Esporádicamente pode aparecer um ou outro 'out sider' que desaparece com a mesma velocidade com que surgiu porque não beneficia do mesmo tipo de apoios, do Estado ou equivalentes. Cientes e resignados com esta realidade os adeptos polarizam-se à volta destes três clubes e impossibilitam que se organize um campeonato minimamente competitivo. E não sendo competitivo não é rentável. A clássica pescadinha de rabo na boca.

Escapa a esta lógica o que acontece nas regiões autónomas.

O futebol português contribui portanto para o défice da república e só não sabemos em que medida porque nestas coisas que metem circo é muito difícil saber a verdade. Mais, estamos numa área onde até políticos com fama de impolutos se desorientam ao ponto de trocarem dívidas de clubes por papel higiénico! Adiante.

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- Mas se internamente o nosso campeonato não é rentável, a verdade é que os nossos clubes (e a própria selecção) são competitivos quando se trata de defrontarem equipas europeias. Equipas de países mais ricos e menos periféricos. Isto deve-se a numerosos factores sendo que o principal tem a ver com o império que construímos ao longo de séculos e que entretanto mandámos às malvas. Porém, são ainda as antigas colónias que dão brilho às nossas cores e trazem um pouco de alegria a este país falido e sorumbático.

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E pergunto eu - se isto é assim e resulta no futebol porque não aplicar a mesma receita ao resto?!

Porque não abandonar a periferia em que estiolamos para regressar à centralidade onde prosperámos? Porque não reinventar uma CPLP com um rei?!

Resumindo: - 'há mais vida para além da união europeia'.

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Saudações monárquicas

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