quinta-feira, abril 22, 2010

Hoje, o insólito!

Isto pode tornar-se um vício mas ontem ainda tive coragem para assistir à segunda sessão do canal parlamento. O guião era o mesmo mas com protagonista espanhol. Ongoing para a frente, ongoing para trás, eram pérolas de alta gestão que saiam da boca de nuestro hermano! Jurava que com seiscentos milhões lá metidos nunca cederia às pressões do governo fosse para o que fosse. Devia essa lealdade aos accionistas. Eu ouvia e pensava com os meus botões… como é diferente o negócio em Portugal! Aqui, os empresários (e os conselhos de administração) não só admitem como gostam que o governo interfira nas suas empresas. Vão até ao ponto de não poderem viver sem os favores e as contrapartidas do estado. Mas o filme prosseguia quando um dos comissários mais impertinente lhe fez a seguinte pergunta: - se o senhor diz que a administração de que o senhor faz parte, não aceita interferências do governo nos seus negócios, mas acatou a ‘recomendação’ do ministro para acabar com o negócio… pergunto-lhe… e se o ministro ‘recomendasse’ a continuação (ou o reinicio) do negócio… o conselho de administração continuava a obedecer?! A questão ficou a pairar e o espanhol perdeu um pouco o salero.

Hoje, na matinée, aconteceu o insólito: - Em lugar da longa-metragem prometida saiu-nos o cinema mudo! O jovem gestor, inesquecível benemérito de dragões, águias e leões, e grande revelação da última série sobre a ética, não estava nos seus dias! Fez-se de vítima e remeteu-se ao mais profundo silêncio! Ninguém lhe conseguiu arrancar uma palavra.
Se isto pega, acabam-se os filmes, acabam-se as comissões, acaba-se a assembleia… enfim, uma tristeza.

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