terça-feira, junho 03, 2008

Fico velho…

‘Não posso estar parado, fico velho…’ é letra de música portuguesa, talvez de um grupo chamado ‘além-mar’, que não corresponde, porque fui entretanto surpreendido pelo tempo e confesso alguma incapacidade para compreender tanto alarido. O segredo deve estar no movimento, ou na falta dele!
Por exemplo, o que leva cem mil pessoas a ouvir uma garça ‘cantareira’ que tropeça pelo palco! E é essa a noticia! A preço alto! Num país que vive (quase) exclusivamente do orçamento de estado, quem terá pago aqueles bilhetes? Pois, pois, o preço da gazolina e do arroz, já te dou o arroz…
Mudando de campo, qual será a vida daqueles milhares (milhões, se contarmos com a televisão) de portugueses que seguem o autocarro da selecção para toda a parte! Que dão vivas incessantes à selecção com medo que ela morra! E logo outra dúvida me assalta - como seria a sua existência se não houvesse selecção? E os emigrantes, coitados, que são tantos, meu Deus! O que seria deles sem o calor da selecção! Sem poderem encarar o patrão belga ou suíço com aquela convicção infantil – a minha selecção é melhor que a tua, bem feita.
Afinal qual é o teu problema?! São as cores da bandeira?! Não ligues, é feita na China e pelas cores deve ser chinesa. É por causa da alienação?! Que importa isso agora, se não fosse esta era outra. Olha, passou agora um autocarro laranja (que raio de cor!) vamos lá apoiar a selecção. Não podes estar parado, ficas velho...

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