sábado, maio 31, 2008

Será desta?!

A história partidária portuguesa só um milagre a pode alterar! Como diversas vezes referi, vivemos sempre em partido único, ora inclinado à esquerda, ora à direita, embora durante certos períodos existam dois partidos que se revezam no poder, mas como dizia o Eça, são tão parecidos, que apenas se distinguem porque os respectivos capatazes almoçam em sítios diferentes. Nestas condições, esperar por uma clarificação do espectro político partidário é pura utopia! Esse desiderato só poderia acontecer se uma das duas formações partidárias que se reclamam da social-democracia (PS e PSD) se fracturasse, levando a outra a desagregar-se. Dos escombros poderiam então nascer dois grandes partidos de poder, um conservador, à direita, e outro socialista/social-democrata à esquerda, aliás, à semelhança do que acontece nas democracias adultas.
Mas se calhar o problema é esse, nós não queremos ser adultos, há um pavor atávico em crescer, que nos tolhe os movimentos, as decisões… a não ser que o discurso (de derrota) de Santana Lopes queira mudar alguma coisa! Eu ouvi falar num projecto político próprio, de que ele não abdicava! E em política os projectos próprios precisam de um meio próprio para se expressarem e desenvolverem – e esse meio são os partidos.
Será um novo partido que se perspectiva? Liberto da ganga social-democrata?!
Era bom que fosse verdade, mas não acredito.
Estou mais inclinado para uma luta surda e mortal entre Sócrates e Manuela Ferreira Leite, para ver qual dos dois se parece mais com Salazar.
E a Manuela até se saiu bem no discurso de vitória! Não disse nada e disse tudo.
Saudações monárquicas.

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