segunda-feira, julho 23, 2007

Morgado no país dos futebóis

Tenho alguma simpatia pela Procuradora-Adjunta, vêm-me à memória os tempos conturbados da Faculdade de Direito, em que ser do MRPP significava ter alguma coragem para não ser do PCP ou de algum dos seus múltiplos satélites! Claro que esta simpatia estudantil não desculpa (nem desculpava) os excessos cometidos, nem faz ou fazia esquecer as absurdas utopias que transportavam nas suas bandeiras! Entretanto acalmaram, cresceram, reciclaram-se, mas não perderam o hábito de se julgarem acima de qualquer suspeita, abrigando também nesse manto impoluto todos os seus colaboradores! Trata-se a meu ver de uma manifestação de superioridade moral e cívica que não abona em favor da humildade ou de outra virtude conhecida. As palavras não são minhas e li-as onde toda a gente as pode ler – “ a minha equipa de investigação está acima de qualquer suspeita”! E sugeriu que o mesmo poderia não se aplicar a outros intervenientes no processo!
Pois bem, há muito que o chamado apito dourado passou a apito envenenado, nomeadamente desde que aceitou analisar com intuitos probatórios um livro escrito por uma amante desavinda, que no furor da vingança se mudou de armas e bagagens para o clube rival. No mesmo sentido seguiu o processo, tornando-se, sem querer, num instrumento da rivalidade futebolística entre o Porto e Lisboa, ou numa acepção mais abrangente e perigosa, entre o norte e o sul!
A Procuradora, que afinal não é infalível, cometeu entretanto um erro fatal e que há-de sepultar todo este processo: sentindo-se ofendida com as declarações da outra gémea Salgado, anunciou processá-la! Face à desigualdade e à desproporção de meios será sempre uma vitória de Pirro, e que quanto maior for, pior será a derrota.
É preciso não esquecer que estamos no país dos futebóis.

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