terça-feira, julho 04, 2006

Isabel de Aragão

Não vos vou falar de rosas nem de outros milagres. Não conheço a história dos historiadores, sei apenas que nasceu em Saragoça no longínquo século XIII, que era filha de Reis, irmã de príncipes que foram Reis e que casou com D. Dinis. Sei também, que foi mãe de outro Rei português, Afonso IV, que ganhou fama de bravo no Salado, e por razões de Estado mandou matar Inês!
E sei mais, que morreu a 4 de Julho de 1336 e é por isso reverenciada neste dia, ela que foi Santa, canonizada pelo Papa Urbano VIII trezentos anos depois.
Está dito, porque a partir de agora vou falar do que não sei, mas desconfio!
Em primeiro lugar, estou convencido que Aragão era, naquela época, o reino mais europeu da Península, com mais ligações ao mundo, ao mundo que conta na política internacional!
Isabel era filha do rei de Aragão e da rainha da Sicília, e por este ramo descende do Sacro Império Romano-Germânico. Era por sua vez sobrinha da Rainha Isabel da Hungria, curiosamente, também Santa como ela. As suas ligações familiares estendem-se, se não me engano, aos Imperadores Paleólogos de Bizâncio!
Podemos pois concluir deste casamento de D. Dinis com a Rainha Santa pelo menos duas coisas: a importância crescente do reino, que assim conseguia um casamento de grande relevo internacional; e como consequência, uma também crescente influência que os monarcas portugueses passaram a ter no contexto de uma Europa alargada a leste, como agora se diz!
Foi portanto uma verdadeira rainha, aquela que entrou em 1282 pela fronteira da Beira, e com as qualidades inerentes: a suavidade para interceder pelos mais desfavorecidos, a capacidade para desarmar guerras civis, a modéstia para se recolher a um Convento a seguir à morte do rei.
Nem todas as rainhas são santas, mas esta deixou na memória dos povos a convicção de santidade.
E nestas condições...Vox populi, Vox Dei.

Sem comentários: