quinta-feira, julho 27, 2006

“A César o que é de César...”

Dois mil anos depois o Filho do Homem continua sem ser entendido entre os judeus, e por quem os segue! Na minha juventude a cançoneta da propaganda repetia a mesma incompreensão: “This land is mine, God gave this land to me...”!
Mentira. Foi o dinheiro que comprou algumas das terras do actual Israel, a que se juntou a vontade das potências vencedoras da última grande guerra, no sentido de compensarem os judeus pelos sacrifícios por que haviam passado durante o conflito.
O presente envenenado aí está com todas as suas consequências e rejeições.
Pois é, essas terras eram habitadas, viviam lá pessoas que foram desalojadas, obrigadas a partir...e que reagiram e que têm vindo a reagir, por todos os meios.
“...a Deus o que é de Deus”.
Deus não dá terras a ninguém, nem dinheiro, nem armas! Aqui reside a confusão.
No horizonte dos séculos o tempo de vida do actual Israel não é nada, é uma fagulha na era do Universo. Como também nada representa este arremedo de imperialismo protagonizado pelos americanos, odiados por todos os povos islâmicos, proibidos de frequentar a rua árabe, persa ou turca!
Quando nos lembramos que o Império Inglês, com toda a sua força e sabedoria durou apenas duzentos anos, a declaração produzida pela americana Rice de que ‘vamos construir um novo médio oriente’, só pode dar vontade de rir!
Mas começa a perceber-se qual foi a necessidade de invadir e destruir o Iraque, para aí criar as tais zonas tampão que possam proteger Israel, assim como se entende melhor este avanço sobre o Líbano, e o que virá a seguir!
Inútil tarefa e mau presságio.
Em primeiro lugar e por muita confusão que isso faça a muita gente, Israel não é um estado ocidental nem pode vir a ser. Os interesses da Europa também não passam pelo estado hebraico assim como tenho dúvidas que os Estados Unidos possam continuar a desempenhar o papel de aliado preferencial por muito mais tempo.
É que esta aliança joga contra a única possibilidade de existência de Israel no futuro.
Ou alguém pensa que Israel vai poder continuar a viver rodeado de muros e zonas de protecção, comportando-se agressivamente como se fosse um intruso?
E aqui não vale a pena agitar o fantasma do terrorismo porque Israel está condenado a viver no médio oriente, como um estado do médio oriente, e com uma população semita em tudo semelhante aos semitas seus vizinhos. E a ter como aliados pelo menos alguns dos seus actuais inimigos.
Ou então preparemo-nos aqui na Europa para o regresso dos judeus depois de mais uma aventura na Terra Prometida.

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