quinta-feira, janeiro 12, 2006

‘El-Rei no Porto’

Quando as milícias do Vieira já controlam o aeroporto de Lisboa!
Quando o primeiro-ministro investe todas as poupanças no Benfica!
Quando os socialistas, mais ou menos poéticos, ameaçam a Chefia de Estado!
Quando, finalmente, um imprevidente trotskista frequenta os camarotes da Luz!
A ficção pode tornar-se realidade. Isto sem falar no seguidismo da Imprensa!
Fernando Venâncio nunca teria imaginado tal concurso de circunstâncias, porque se assim fosse, o seu ‘El-Rei no Porto’ não seria uma obra de ficção mas uma profecia.
Recordemos o enredo: - No rescaldo de umas eleições presidenciais, o Norte, sentindo-se ludibriado, na política e no futebol, separa-se e proclama a monarquia.
O Sul mantém-se laico, republicano e socialista.
No País dividido, existe um jornalista apaixonado, uma mulher do sul, e um triângulo amoroso. O Rei do Norte acaba por conquistar o troféu.
Referi-me ao livro, mas a realidade não anda longe!
Os factos acima descritos conjugados com o resultado das próximas eleições, podem fazer descambar a situação. Na melhor das hipóteses seremos apanhados na terra de ninguém, nalgum abrigo precário, num cenário tenebroso – o Sul estará infestado de bandos de aves de rapina e leões famélicos, ainda por cima socialistas.
É obrigatório ter um plano.
O paralelo de Rio Maior costuma oferecer alguma segurança, a coberto das célebres ‘mocas’, já utilizadas com êxito noutras ocasiões, e contra os mesmos infiéis! Lá terá de ser outra vez.
Para um monárquico belenense ou belenense monárquico, como queiram, não existe alternativa. É preciso rumar a Norte, e dali esperar um sinal, o ramo de oliveira, que anuncia o fim do dilúvio verde e encarnado.
Saga bem difícil de imaginar! Mas existem destinos piores!
Quando me lembro daqueles que sempre aspiraram viver num País civilizado, mas em virtude (ou será defeito?) dos símbolos e das cores que escolheram, vão ter que continuar a vegetar numa democracia popular, ao velho estilo soviético...até me dói o coração!
E a monarquia aqui tão perto!...

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