quinta-feira, novembro 10, 2005

A vitória de Pirro

A dúvida insanável assaltou os juízes na hora de pronunciar ou não o nome de um político do regime. O corredor da justiça portuguesa tornou-se mais estreito, a república manteve-se igual a si própria, nunca julgará os seus.
Se quisermos ser justos na análise dos sistemas políticos, verificaremos que naqueles em que existe a crença numa certa verdade política, em alguns valores políticos absolutos, são também aqueles em que o exercício da justiça, mantém um prestígio assinalável. Estou-me a lembrar da Inglaterra, por exemplo.
Pelo contrário, onde as formas políticas passaram a ter mero valor relativo, a justiça é olhada com grande desconfiança e o seu prestígio é nenhum.
Nem sequer lhes tem valido o espectáculo de um certo folclore justiceiro, pontuado aqui e ali, com detenções mediáticas. Quem não gosta de ser enganado, fica com a ideia do mero ajuste de contas.
Podemos assim traçar uma fronteira nítida entre os Estados, consoante a sua justiça é ou não respeitada. É ou não independente do poder político.
Hoje, em Portugal, a classe política celebra vitória e repete – fez-se justiça!
De vitória em vitória...

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