quinta-feira, junho 23, 2005

"Mais vale cair em graça do que ser engraçado"

Diz o Povo e é verdade. Com o País a arder, com uma série de Corporações a manifestarem-se na rua, com o custo de vida a apertar (não para todos, obviamente), a gente olha para os jornais, ouve a rádio, vê a televisão, e nada – está tudo mais ou menos bem!
Até já desisti de ler o conteúdo dos jornais: como que obedecendo a um encenador invisível, lá aparece a notícia de uma reacção desfavorável, deste ou daquele grupo de portugueses, e ao lado, a inevitável “sugestão” de um outro “grupo”, desta vez de “empresários”, a reclamarem mais cortes na despesa, dando assim novo fôlego ao Governo!
A televisão, também não vale a pena – vemos uma mulher gritar, desesperada, a dizer que ficou com tudo queimado, e de imediato, lá aparece o incontornável ministro Costa, a dizer que está a tratar de tudo, nesse preciso momento, perante a expressão complacente do repórter!
Faz-me lembrar o jornal “A Bola”, a propósito do Benfica. Não há notícia, não há acontecimento, por mais funesto que seja, que não sofra de imediato uma maquilhagem regeneradora, por forma a manter o clube da águia nos píncaros. Enfim, uma autêntica doença... infantil, diga-se.
Com Sócrates é o mesmo. A tal “boa Imprensa”...
Agora... se isto fosse com o Santana... bem, nem consigo imaginar a desgraça em que estaria transformado este formoso País?!
Afinal, assim é melhor, temos dois Países em vez de um – o verdadeiro e o do Harry Potter...

Nota: É nestes momentos que valorizo a blogosfera. Este postal, independentemente de se poder dizer se está bem escrito ou não, se vai ou não ser lido por alguém, nunca conseguiria ver a luz do dia na nossa, global e corporativa, comunicação social!

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