quarta-feira, outubro 21, 2015

Boas e más notícias

A boa notícia é a clarificação do espectro partidário, ou seja, a partir de agora o PS passa a ocupar o seu verdadeiro lugar. Um partido socialista, com poucas hipóteses de pescar ao centro, cabendo-lhe sim, federar e liderar os pequenos partidos à sua esquerda. Isto quer dizer que terá que assumir as grandes causas até agora entregues ao Bloco e ao PCP. Escuso-me de as enumerar, mas passam pelo aumento da despesa pública e pelo aumento do estado. No que toca aos compromissos europeístas, Costa encarnará em Tsipras. O discurso é conhecido – a Europa é que tem que mudar, tem que nos ajudar para podermos convergir.

As más notícias neste caso serão naturalmente para o PCP e para o Bloco. O PS tenderá a ser o depositário do voto útil e aqueles dois partidos verão a sua base de apoio cada mais reduzida.

Boas notícias para um futuro partido de direita, nacionalista à portuguesa, eurocéptico quanto baste. Partido que há-de cativar os votos que a Coligação, demasiado europeísta, deixa fugir para a esquerda e para a abstenção.

Más notícias para a Coligação, que terá a breve prazo de se clarificar também. Tornando-se num grande partido conservador com objectivos para além do défice. Para isso terá que deixar cair os tiques sociais democratas. Que são de esquerda.



Saudações monárquicas


Nota básica: Quando me refiro a boas e más notícias não estou a caucionar a trapaça eleitoral que se vem desenvolvendo às claras e está a deixar os eleitores estupefactos. Estou apenas a dizer que, aconteça o que acontecer, nada será como dantes no que toca ao xadrez partidário. 

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