quinta-feira, janeiro 30, 2014

Voltemos à vaca fria…

Nunca esperei estar de acordo em nada com Marinho Pinto! Assim como nada espero da sua ‘herdeira’, de voz agreste, e com a mesma tara do antecessor – um amor (que se pressente) pela tomada da Bastilha, pela Marselhesa e outras jacobinices do género! Mas a vida prega-nos partidas, ou então, nesta luta final entre a bestialidade e a humanidade, acabámos por nos encontrar na mesma trincheira! Com efeito depois de ler as declarações desassombradas (e isoladas!) que proferiu contra a seita gay (e seus comparsas), tenho que reconhecer que o homem é … homem! Será talvez por isso que suscita tanta animosidade! Mas a verdade é que se não tomarmos cuidado, se continuarmos a recuar, um dia ficaremos à mercê destes fanáticos. Que têm obviamente as costas quentes, e fechando o círculo, de gente que o Marinho bem conhece!

Saudações monárquicas

Nota básica: O argumento da defesa das minorias não cola. Acima está o superior interesse da criança. O instituto da adopção é para isso que serve, é isso que regula. Portanto não enganem as pessoas, não tentem entrar pela porta do cavalo. Além do mais os cavalos ainda gostam de éguas. 




(Transcrevemos a seguir, com a devida vénia, o testemunho de Marinho Pinto a que acima aludimos): 

Parece que é nazi dizer que o movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) actua como um lobby que influencia os centros de decisão política

“O que se está a passar em Portugal com o debate sobre a coadopção revela a anomia cívica da nossa sociedade e, sobretudo, a degradação a que chegou o nosso regime democrático.
Um sector ultraminoritário da sociedade, que age como uma seita, impõe arrogantemente as suas certezas e insulta e escarnece dos que exprimem opiniões diferentes.
O fanatismo heterofóbico dos seus prosélitos leva-os a apelidar de “ignorantes”, “trogloditas” ou “homens das cavernas” todos os que ousam pôr em causa as suas certezas.
O que se viu no programa Prós e Contras da RTP, na semana passada, foi a actuação de um grupo bem organizado de pessoas lideradas por um fanático que, no intervalo do programa, subiu ao palco e se dirigiu a mim para me dizer que eu estava a usar no debate os mesmos métodos que os nazis tinham usado contra os judeus (!!!).
Esse delírio injurioso foi depois retomado em alguns órgãos de comunicação social, blogues e redes sociais, por outras pessoas imbuídas do mesmo fanatismo e da mesma desonestidade intelectual.
Já, em tempos, uma das próceres da seita, a dra. Isabel Moreira, me chamara PIDE, para assim “vingar” a actual ministra da Justiça das críticas certeiras que eu lhe dirigia.
Afinal, parece que é nazi dizer que o movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) actua como um lobby que influencia os centros de decisão política devido à preponderância que muitos dos seus elementos têm no Governo, no Parlamento, na Comunicação Social, nas empresas e nos partidos políticos.
Sublinhe-se que os partidos de Esquerda aprovaram a lei sobre a coadopção exactamente no momento em que o povo mais preocupado (distraído) está com a austeridade que lhe é imposta pelo Governo e pelo presidente da República.
Foi, portanto, assim, à sorrelfa, com a ajuda cirúrgica da Direita, que se aprovou uma lei que ofende a consciência da esmagadora maioria da população.
O que se viu naquele programa da RTP foram exercícios de manipulação, de intolerância e de vitimização por parte dos defensores dessa lei e quem manifestou opiniões contrárias foi sumariamente apelidado de “ignorante” ou então brindado com estridentes risadas de escárnio.
Eu próprio fui, no final do programa, veementemente apelidado de ignorante pelo líder da seita e por algumas histéricas seguidoras que o rodeavam.
O casal de lésbicas que ali foi exibir triunfantemente a gravidez de uma delas e proclamar o seu orgulho por a futura criança ser órfão de pai é bem o exemplo da heterofobia que domina a seita.
Que direito tem uma mulher de gerar, deliberadamente, por fanatismo heterofóbico, uma criança duplamente órfã de pai (sem pai e sem nunca poderem vir a saber sequer a identidade dele)?
Com que fundamento o Estado se prepara para entregar a essas pessoas crianças que, por tragédias familiares, perderam os seus verdadeiros pais?
É para que sejam destruídas (ou impedidas de nascer), no imaginário dessas crianças, todas as representações que elas têm (ou possam fazer) do pai ou da mãe que perderam?
Esse fanatismo mostra bem o que essas pessoas são capazes de fazer em matéria de manipulação genética com fins reprodutivos – como, aliás, uma das lésbicas deixou subtilmente anunciado no Prós e Contras.
Mas isso será mais tarde.
Para já o que importa é garantir que, em nome da felicidade onanística de alguns adultos, se possam entregar crianças a “casais” em que o lugar e o papel da mãe são desempenhados por um homem e os do pai por uma mulher.
Seguidamente, para não discriminar os gays e as lésbicas, substituir-se-ão nos documentos oficiais as palavras “mãe” e “pai” pelo termo “progenitores”, tal como já se substituíram as palavras “paternidade” e “maternidade” pela neutra “parentalidade”.
E quando estiver concluído o processo de “engenharia social” em curso, então passar-se-á à engenharia reprodutiva com vista a permitir que duas mulheres possam gerar filhos sem o repugnante contributo de um homem ou então que dois homens o possam fazer também sem a horrorosa participação de uma mulher.
Estarão, então, finalmente, corrigidos dois “erros grosseiros” da evolução: o de ter dividido os seres humanos em dois géneros e o de exigir o contributo de ambos para a fecundação e para a criação dos seus filhos”.
por Marinho e Pinto

quarta-feira, janeiro 29, 2014

Portugal Sarl

Estavam a conversar à beira-mar, veio uma onda e levou-os. Salvou-se um para contar a história. Se tivesse terminado por aqui, seria igualmente uma tragédia, mas respeitava-se o luto. Mas não, agora todos se preocupam com o assunto: - querem saber a verdade! Querem encontrar responsáveis! E assim, a cada dia que passa, o retrato de uma sociedade infantil, irresponsável, torna-se mais nítido.
Querem os pais (e familiares) das vítimas saber a verdade! E o que fica, para além da dor compreensível, é a absoluta ignorância sobre o que os filhos, que ainda estão a seu cargo, andam a fazer! Quando descobrem o teor das chamadas ‘praxes’, uma série de ordinarices e frustrações, ficam admirados! Os professores também! Os opinadores profissionais, as forças vivas da nação, desfazem-se em contradições – há praxes boas e más, as do meu tempo eram criativas, inteligentes, ajudavam à integração dos caloiros! A população em geral, que também tem filhos a estudar, diz-se surpreendida! Ninguém se sente minimamente responsável! Isto são coisas que acontecem aos filhos dos outros!
E estamos esclarecidos sobre a verdade que procuram.
Passemos então ao passa culpas, ao bode expiatório, absolutamente necessário para sossegar as consciências! O mais fácil é culpar o sobrevivente, que assim arcará com toda a responsabilidade. O estado, essa entidade mítica, 'divina', será também chamado a depor. Mas não resolveremos o problema.

As ditas ‘praxes’ irão continuar, e a natureza, pouco dada a colaborar com a irresponsabilidade humana, continuará a fazer vítimas.   

terça-feira, janeiro 28, 2014

Assunto para o tribunal constitucional!

Pelo alarido que aí vai o melhor é entregar o assunto á justiça suprema. Três minutos, três minutos importantes, três minutos decisivos, três minutos escandalosos, ultrajantes, três minutos que impediram a nação verde rubra, a pátria republicana, de se reencontrar numa meia-final justa, apetecida, maioritária, gloriosa... e saudosa dos bons velhos tempos! Quando três minutos eram uma ninharia, que podia prolongar-se o tempo suficiente até que o placard anunciasse a necessária vitória. 
Está na hora de expulsar, prender, esmagar os intrusos que nos impedem de ganhar como antigamente. Tem a palavra o tribunal constitucional. Espera-se uma decisão rápida, três minutos chegam perfeitamente para acalmar qualquer azia. A minha sentença seria uma rennie. A do eminente tribunal politico-constitucional não sei qual seria!


Saudações desportivas

sábado, janeiro 25, 2014

Co-adopção geral!

A proposta de lei é simples e desta vez o tribunal constitucional não terá coragem de a chumbar. O assunto está mais que visto, debatido, é referendado todos os dias pela opinião pública, nas entrevistas, nos jornais, na televisão, cabe na constituição, portanto, o acórdão, a existir, dirá apenas o seguinte: - declara-se a co-adopção geral!
Depois, se os juízes quiserem, podem explicitar o respectivo perímetro, como agora se diz. Será por certo muito amplo, por exemplo, desde o berço até à morte. E não só as criancinhas, mas também os mais crescidos, os que anseiam ser cientistas, artistas, professores, enfermeiros, doutores, meros funcionários, indiferenciados, até empresários! Para todos haverá uma bolsa, a todos eles o estado há-de estender a mão paternal, ou maternal, como preferirem, a todos, dizia, há-de arranjar emprego, vínculo definitivo, como é próprio de um pai, dois pais, três pais, uma dúzia de mães, consoante a inclinação do candidato.
Na Coreia do Norte, como antigamente em Esparta, já se pratica este modelo familiar, ou seja, os recém-nascidos são entregues ao estado, que os educa, forma, e a seguir os emprega. Têm é que andar fardados da mesma maneira. Sem brincos. E também não podem brincar às greves e manifestações. É o único senão. De resto ‘está-se bem’.


Saudações monárquicas

segunda-feira, janeiro 20, 2014

A luta continua…

Pacificada (até novas ordens) a guerra do défice, das gorduras, do desemprego, dos cortes, do crescimento, do segundo resgate, conflitos que a esquerda animou enquanto pôde, estava na altura de uma manobra de diversão para entreter o pagode e prosseguir a luta! Luta obviamente contra os valores que enraizaram a comunidade, a mesma que um dia se fez pátria no já longínquo século XII! Dirão uns: - onde é que isso já vai! E têm razão. Porém, a natureza do homem, os seus limites e contradições, não mudaram assim tanto. Ao mínimo descuido vislumbra-se logo a animalidade, o vício, a queda no abismo. É o que vemos neste episódio da co-adopção.
A táctica é sempre a mesma: - a partir de algumas situações concretas, criadas tantas vezes pelo egoísmo dos adultos, rompe-se o choro das carpideiras profissionais, todos gritam em nome das criancinhas e, claro, exige-se a protecção legal para o facto consumado!
Vozes que denunciem esta pouca vergonha, poucas ou nenhumas. Como por outro lado, a fraqueza mental e vertebral é a regra no parlamento... está feito o caldinho verde (e encarnado) à portuguesa!

Agora, um comentário sobre o voto dos deputados e a tão apregoada liberdade de consciência dos mesmos:

- Ora bem, já é tempo de desmontarmos um ardil que serve de escapatória a muitas explicações! De facto, era bom que todos os deputados votassem em consciência, ou seja, de acordo com os valores que professam, especialmente nas matérias a que muitos gostam de chamar transversais. Em primeiro lugar não são transversais, correspondem exactamente ao espectro partidário. Por isso existem vários partidos e não apenas um. Em segundo lugar, são estas (e outras) ‘transversalidades’ que, no fundo, os distinguem. 
Portanto, insisto, era bom que votassem em consciência, para ficarmos a saber quem é quem na assembleia da república! Para ficarmos a saber a quem entregamos o nosso voto, qual o seu destino, e que garantias nos dá! Para finalmente ficarmos a saber se os valores que defendemos estão efectivamente representados no parlamento. Porque esta dúvida, esta indefinição, mantém-se, dura há mais de trinta anos de vida ‘democrática’! E não pode ser. 
Retirem pois a máscara senhores deputados, revelem as vossas afinidades, mudem de partido, se necessário, não enganem os eleitores. Votem em consciência.
Este voto, sim, seria um verdadeiro teste ao elo, que não existe, entre representantes e representados! Seria um atestado de óbito ao sistema eleitoral que temos, de listas partidárias, que transformam cada partido numa espécie de albergue espanhol! Cheio de submarinos!


Saudações monárquicas

quarta-feira, janeiro 15, 2014

Presidentes apaixonados!

Nesta matéria telhados de vidro não faltam mas é curioso - quando se trata de julgar, pelo crivo da ‘ética republicana’ (como eles dizem!) situações, digamos, duvidosas, o tal critério 'ético' varia muito!
Ora vejamos, se um rei vai aos elefantes e com o mesmo tiro pretende caçar uma donzela, perdão, uma gazela, faz-se logo um chinfrim danado, o regime é posto em causa, o soberano pede desculpas mas mesmo assim, não chega. Os ético-republicanos continuam a rosnar.
Sobre sacerdotes da Igreja Católica, então não se fala – mal farejam a presa só não levam o pretenso abusador ao patíbulo… por um triz!
Coisa diferente são os amores e os devaneios dos presidentes! Ai impera a vida privada, a democracia, etc. Colecções de primeiras damas, algumas com escritório no palácio presidencial, passeatas oficiais e oficiosas com umas e outras, é tudo normal, tudo compreensível.
Fica por explicar apenas uma coisa: - que raio de furor amoroso acomete a maioria dos eleitos, que a primeira coisa que fazem é trocarem de mulher?! Normalmente por uma mais nova!
A ‘ética republicana’, não tem resposta. Só Freud.


Saudações monárquicas

segunda-feira, janeiro 13, 2014

O dia seguinte…

Ao fim da noite sentei-me no sófá. Já sabia que o Belenenses tinha perdido, sem cabeça para ler ou ouvir música, liguei a televisão. Passados alguns segundos iniciei a habitual peregrinação pelos canais - a fugir do ritual Benfica (que inclui o Sporting), a fugir do Portas que é só ele e não inclui ninguém que não seja ele, a fugir do Panteão onde felizmente não irei morar, a fugir também do pobre Eusébio que não tem culpa nenhuma do uso e abuso que dele fazem. Já sem esperança, acabei, imaginem… na casa dos segredos! Não por muito tempo, é certo, mas o suficiente para descansar um pouco. 

Ali não há necessidade de tomar atenção a nada: - aos diálogos, às discussões, ao enredo, às explicações, é tudo óbvio. Tem uma vantagem sobre os outros canais: – é um retrato da época, do país, e não pretende lavar o cérebro a ninguém. Aliás, o cérebro é coisa que não faz parte do programa. O segredo da casa é esse. Campeão de audiências!

A seguir fui-me deitar.


Saudações monárquicas

segunda-feira, janeiro 06, 2014

Eusébio da Silva Ferreira

Morreu Eusébio, paz à sua alma.
Figura incontornável do mundo do futebol, espalhou a sua magia pelos relvados na década de sessenta, e já retirado, manteve pela vida fora tudo o que fez dele um homem notável: - as suas raízes moçambicanas, a sua natureza simples e autêntica, a sua independência de carácter, qualidades que acumularam um capital de simpatia a que ninguém era indiferente. Merece pois na hora da partida o reconhecimento do país que sempre soube prestigiar.

Ficam de fora deste elogio alguns exageros e comparações, que o próprio recusava, frutos impenitentes de um nacional-benfiquismo de todo em todo deplorável. Reis é para quem os tem, Catedrais é para quem teve Fé para as construir.

sábado, janeiro 04, 2014

Revista à portuguesa

Tenho lido sobre as ‘personalidades do ano’! É a opinião dos outros! Nunca me atrevi a eleger melhores nem piores, acho-os todos iguais, e tem lógica, pois se a pátria não desanda, nem para a frente nem para trás! E quando desanda, desanda mal, e por motivos rasteiros…
Mas adiante, façamos um esforço, olhemos então os menos maus:

O melhor colunista, dos poucos que se podem ler, é José Manuel Fernandes. Num crescendo de lucidez vem desferindo golpes certeiros contra o argumentário manhoso, que periodicamente emana do palácio Ratton. Golpes isolados, pois claro.

O melhor político já se foi embora. Chama-se Vítor Gaspar e bateu com a porta quando percebeu que a república (em que ele acredita!) é propriedade de umas quantas lojas e lojecas, sendo portanto irreformável. A não ser com autorização das mesmas. Talvez volte (se o chamarem) quando a nau (ou ‘a grande loja’) começarem a meter água. 

Sobre os economistas que diáriamente nos empobrecem, duas menções honrosas: uma para o jovem e esperançoso Ricardo Arroja; outra, para a lógica indestrutível de João Ferreira do Amaral. 

O melhor analista da situação é desde sempre Medina Carreira. Pena que não tenha remédio à altura do diagnóstico! Acredita que a nobreza de carácter pode florescer no meio do vício e vai consumindo números e gráficos à espera de um salvador, que pelos vistos, para ele ainda não nasceu!

No seu ofício, o extraterritorial Cristiano Ronaldo foi o melhor. Um bocadinho vaidoso para o meu gosto, pode ser que a condecoração que se adivinha lhe modere a lingerie e aumente a responsabilidade. 

Nas artes e nas letras (da ciência esqueço-me sempre) não tenho distinções especiais a fazer até porque é difícil a um lusitano – criar – subtraindo-se à cultura dominante. Aqui, no rectângulo, as novidades são poucas e as que surgem fazem o favor de não incomodar o espírito vigente. Se não é assim, indiquem-me um livro, um quadro, um verso, vá lá, um filme, que fuja à lógica do pensamento esquerdote, ou seja, laico, republicano e socialista! Um só!



Saudações monárquicas