sexta-feira, janeiro 06, 2012

Um país em FM

Antigamente dizia-se que para ouvir Portugal era preciso sintonizar a rádio dos três ‘efes’ – Fátima, Fado e Futebol. Era verdade mas não era toda a verdade. Onde o portugalzinho se ouvia mesmo bem era em FM – Futebol e Maçonaria, aí sim, o som era de alta definição! Futebol para distrair, a Maçonaria para mandar. O próprio Salazar aderiu à ideia e cito apenas dois exemplos - proibiu a transferência de Eusébio para Itália e nomeava sempre um maçon para presidir à Assembleia Nacional. Os tribunais e a Câmara Municipal de Lisboa são outro assunto. Desde 1908 que a Câmara é um feudo laico e republicano (leia-se, maçon) e quanto aos tribunais estamos conversados – ‘maçon não julga maçon’, razão porque nunca vemos peixe graúdo sentado no banco dos réus.
Mas a tradição já não é o que era. Com o advento das novas gerações, o velho Oriente Lusitano teve (e tem) que repartir o poder com novos ramos da maçonaria, menos ritualizada e mais centrada no imediatismo dos interesses. Daí a guerra a que assistimos entre as várias lojas maçónicas. Daí também esta bizarria que nos chega através dos vários canais da propaganda FM – que existem maçons bons e transparentes, e que pelo contrário existem outros que são maus e não cumprem os ditames da irmandade! Ora aqui está uma coisa que nunca poderemos saber nem comprovar atendendo a que estamos a falar de sociedades secretas. Só se passarmos a acreditar em Zorrinhos e Montenegros, pequenos deuses caseiros de quem já não acredita em nada.

Saudações monárquicas

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