terça-feira, setembro 30, 2008

O lado sombrio do centenário

A conferência de imprensa foi ontem na ‘York House’ cabendo a João Távora e Carlos Bobone, muito bem secundados por Inês Dentinho, apresentarem a plataforma monárquica para o centenário da República – um site e um blog para ajudar a restabelecer a verdade sobre este período da história portuguesa.
Dois espaços na internet cuja leitura recomendo, apesar de ser parte interessada.
Saudações monárquicas.

domingo, setembro 28, 2008

"Eu já vivi o vosso futuro"

Declarações do escritor, dissidente soviético, Vladimir Bukovsky sobre o Tratado de Lisboa

É surpreendente que após ter enterrado um monstro, a URSS, se tenha construído outro semelhante: a União Europeia (UE). O que é, exactamente a União Europeia? Talvez fiquemos a sabê-lo examinando a sua versão soviética.
A URSS era governada por quinze pessoas não eleitas que se cooptavam mutuamente e não tinham que responder perante ninguém. A UE é governada por duas dúzias de pessoas que se reúnem à porta fechada e, também não têm que responder perante ninguém, sendo politicamente impunes.
Poderá dizer-se que a UE tem um Parlamento. A URSS também tinha uma espécie de Parlamento, o Soviete Supremo. Nós, (na URSS) aprovávamos, sem discussão, as decisões do Politburo, como na prática acontece no Parlamento Europeu, em que o uso da palavra concedido a cada grupo está limitado, frequentemente, a um minuto por cada interveniente.
Na UE há centenas de milhares de eurocratas com vencimentos muito elevados, com prémios e privilégios enormes e, com imunidade judicial vitalícia, sendo apenas transferidos de um posto para outro, façam bem ou façam mal. Não é a URSS escarrada?
A URSS foi criada sob coacção, muitas vezes pela via da ocupação militar. No caso da Europa está a criar-se uma UE, não sob a força das armas, mas pelo constrangimento e pelo terror económicos.
Para poder continuar a existir, a URSS expandiu-se de forma crescente. Desde que deixou de crescer, começou a desabar. Suspeito que venha a acontecer o mesmo com a UE. Proclamou-se que o objectivo da URSS era criar uma nova entidade histórica: o Povo Soviético. Era necessário esquecer as nacionalidades, as tradições e os costumes. O mesmo acontece com a UE parece. A UE não quer que sejais ingleses ou franceses, pretende dar-vos uma nova identidade: ser «europeus», reprimindo os vosso sentimentos nacionais e, forçar-vos a viver numa comunidade multinacional. Setenta e três anos deste sistema na URSS acabaram em mais conflitos étnicos, como não aconteceu em nenhuma outra parte do mundo.
Um dos objectivos «grandiosos» da URSS era destruir os estados-nação. É exactamente isso que vemos na Europa, hoje. Bruxelas tem a intenção de fagocitar os estados-nação para que deixem de existir.
O sistema soviético era corrupto de alto a baixo. Acontece a mesma coisa na UE. Os procedimentos antidemocráticos que víamos na URSS florescem na UE. Os que se lhe opõem ou os denunciam são amordaçados ou punidos. Nada mudou. Na URSS tínhamos o «goulag». Creio que ele também existe na UE. Um goulag intelectual, designado por «politicamente correcto». Experimentai dizer o que pensais sobre questões como a raça e a sexualidade. Se as vossas opiniões não forem «boas», «politicamente correctas», sereis ostracizados. É o começo do «goulag». É o princípio da perda da vossa liberdade. Na URSS pensava-se que só um estado federal evitaria a guerra. Dizem-nos exactamente a mesma coisa na UE. Em resumo, é a mesma ideologia em ambos os sistemas. A UE é o velho modelo soviético vestido à moda ocidental. Mas, como a URSS, a UE traz consigo os germes da sua própria destruição. Desgraçadamente, quando ela desabar, porque irá desabar, deixará atrás de si um imenso descalabro e enormes problemas económicos e étnicos. O antigo sistema soviético era irreformável. Do mesmo modo, a UE também o é. (…)
Eu já vivi o vosso «futuro»…
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.Recebi este depoimento através de pessoa amiga e hoje é um bom dia para o publicar. Especialmente para quem se lembra dos acontecimentos de outro 28 de Setembro onde os abrilistas que nos governam se barricaram para, de punho erguido, "travarem o passo à reacção"! Infelizmente travaram o passo a Portugal.
Para quem não se lembra também não faz mal, porque a história repete-se, como bem lembra Vladimir Bukovsky.

quinta-feira, setembro 25, 2008

Sequência Filipina

Não é a prometida prova de vida, é um mero atestado, afinal o coração ainda bate, do mal o menos, como diria uma visita mais atenta desta casa. Aliás, salvo a ‘excitação Magalhães’ nem me parece que exista muita coisa para escrever! E à cautela vou esperar pelos ‘albuquerques’, computadores de outra geração, menos internacionais mas mais próximos do meu feitio.
Mas voltando à ‘sequência filipina’ - não se assustem, não é a má, é a boa, que foi anterior à má e muito anterior à próxima, que voltará a ser má – estou a falar dos versos escritos na sub-cave que evocam a rainha portuguesa que deu origem a isto tudo, inclusivé aos Magalhães. Está na hora de os fazer subir aos salões para ver se respiram um bocadinho. Uma versão para fado, fado português, nosso fado e meu fado:

Ah, és tu….
Rosa vermelha encarnada
Que um dia aqui aportaste
Vinda nas brumas do mar

Humano ventre chamada
Do Império que geraste...
Perdeste o fio à meada
Já não sabes navegar

Ah, és tu…
À procura de outra sorte
Outro rumo, outro norte
Que valha a pena alcançar

Sim, és tu…
Flor da roseira bravia
Rosa vermelha tardia
Porque chegaste tão tarde!…


Saudações.

sexta-feira, setembro 05, 2008

Lembranças da Casa Pia…

Este título tem ressonâncias com outro que fez cartaz num filme de César Monteiro, mas é essa a única semelhança. No mais, fica a memória de uma previsão anedótica feita no início do processo – as vítimas da Casa Pia ainda responderão em tribunal pelas suas queixas!
O óbvio num país onde existem pessoas acima de qualquer suspeita, onde a impunidade tem força de lei escudada nos enredos de um processo feito à medida dos poderosos. A originalidade de haver crime sem criminosos!
Mas isto é latim e ninguém está interessado nesta lenga- lenga, muito embora esbraceje todos os dias contra a insegurança em vigor, sem perceber (porque não lhe convém) a ligação entre uma coisa e outra. Mas ela existe, porque um poder fragilizado no compadrio transmite à população um mau exemplo, acabando por legitimar a transgressão permanente.
Não temos portanto um problema de leis ou de penas, mas temos um problema de coragem para aplicar as leis e as penas que já existem.

Post-Scriptum: Veja-se um exemplo de impunidade e compadrio ao nível mais rasca: - parece que se ‘esqueceram’ de levar à presença de um juiz o adepto do Benfica que invadiu o campo e apertou o pescoço ao fiscal de linha! Em resultado não houve quaisquer consequências para o homenzinho. Terá sido para branquear a violência no futebol?! Foi para não dar má imagem dos adeptos do Benfica?! Ou por outra razão ainda mais ridícula?!
Claro que a partir de agora ninguém tem legitimidade para punir actos semelhantes, encorajando assim os infractores. E quando acontecer alguma coisa mais grave gritam todos - aqui d’El Rei… e eu é que sou monárquico!