sexta-feira, junho 27, 2008

A dignidade da justiça

A dignidade dos tribunais é outra coisa. A segurança nos tribunais, outra coisa é. A justiça de fachada, os palácios da justiça, mesmo pronunciados em latim, são coisas deste género. Portanto, se percebi o alarido que por aí vai, é necessário proteger os juizes das cadeiradas dos réus, mas também é preciso proteger os portugueses da justiça que temos!
Neste ponto suscita-se um incidente para que o poder judicial possa endossar responsabilidades ao poder executivo, que naturalmente as endossará ao poder legislativo. O presidente da república fará então um discurso arbitral e apaziguador!
Mas nada disto tem a ver com a dignidade da justiça, essa conquista-se com outras armas, está no subconsciente dos cidadãos, é independente, e por isso não tem órgãos de recurso político-pártidários; é responsável, e por isso não se enreda num processualismo kafkiano; é rápida, e por isso vai a tempo de fazer justiça.
Sem justiça (ou com justiça à portuguesa) nenhuma sociedade pode evoluir e desenvolver-se. E se queremos realmente sair deste atoleiro precisamos de reformular todo o sistema político. Numa palavra, mudar de regime.
Aproveitem o centenário.

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