sexta-feira, maio 23, 2008

Cançoneta a dois tons

Temos que admitir que as canções da Eurovisão já tiveram melhores dias, antigamente entravam no ouvido, era no tempo em que os melhores autores e compositores apostavam forte neste concurso. Agora, letras e músicas aparecem enlatadas, na sua maioria são cantadas em inglês, não é fácil distingui-las! Na hora de escolher, o melhor é orientarmo-nos pelos intérpretes, no meu caso, pelas intérpretes.
Mas confesso que ando um pouco alheado do festival e tanto assim é que quando ouvi a locutora nomear a nossa intérprete apanhei um susto pois pensei tratar-se da Vanessa Fernandes, a grande campeã do triatlo! Percebi mal, o apelido também é Fernandes mas chama-se Vânia. Uma jovem que defendeu muito bem a canção portuguesa, um bocadinho trágico-marítima, mas isso ela não tem culpa, a verdade é que conseguiu apurar-se para a final!
Mas o que eu não sabia, e fiquei a saber, é que a Europa das canções também funciona a duas velocidades, também tem os grandes e os pequenos, e curiosamente nós fazemos sempre parte dos pequenos! É como lhes digo, e se não percebi mal outra vez, para além do país organizador, mais quatro países (adivinhem quais!) e respectivas canções, têm apuramento garantido, obrigando-se os restantes a disputarem uma espécie de pré-eliminatória!
Com franqueza, nem nas cantigas somos iguais, nem com música a Europa se comove!
E nós ainda insistimos, ainda lá vamos, em lugar de fazermos concursos e festivais com quem, e para quem, nos entenda.

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