segunda-feira, novembro 05, 2007

Sol de Outono

O Belenenses resolveu animar o campeonato e foi ao Porto arrancar um empate. Quem continua a jogar para o empate e pode perder é o edil de Gaia. Ao apostar na ratificação do Tratado de Lisboa deixa o campo livre para que Sócrates arrisque cumprir promessas eleitorais, viabilizando o referendo. É um palpite deste interregno.
Catalina Pestana continua a incomodar a paz podre que reina na república. Vai avisando que as vítimas de abusos sexuais na Casa Pia podem vir a ser silenciadas definitivamente. Porque sabem demais. O que todos sabemos é que neste país a justiça não julga a nomenclatura. E tudo começa a fazer sentido: as eleições forçadas para levar ao poder o partido acossado no processo de pedofilia; a substituição de Souto Moura; a inexistência de oposição, prisioneira de pactos de justiça, e de outras trocas e favores, e quem sabe, a própria eleição presidencial.
Os Bispos queixam-se do governo e da excessiva influência da maçonaria nas decisões políticas. Mais vale tarde do que nunca, porque é este o caminho que a Igreja deve seguir em Portugal: demarcar-se claramente desta república, dita laica e socialista, sigla que esconde o seu verdadeiro e permanente desígnio – substituir a religião católica por uma religião de estado.
Termino com a curiosa opinião de Saraiva, director do semanário “Sol”, sobre as causas do declínio do BCP: “…A grande lição a retirar do caso do BCP é que, quando o capital é muito fragmentado, tem de haver um núcleo duro estável com condições para exercer o poder de uma forma coerente… se esse núcleo duro não existir, o banco – por mais dinheiro que ganhe – é sempre vulnerável…Aliás a História de Portugal é um exemplo disso: poucos países da Europa viram passar pelo seu território tantas fortunas. As fortunas de três impérios – no Oriente, no Brasil e em África. E, no entanto, Portugal é hoje um dos países mais pobres da Europa”.
Não era esta a intenção do cronista, mas não pude deixar de pensar no núcleo duro e estável que a Instituição Real sempre representou, garantindo assim as condições de sobrevivência e independência nacionais.

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