sexta-feira, março 09, 2007

A última fronteira

Com o ‘centrão’ a devorar tudo o que encontra, já pouco resta para sustentar uma sociedade desiludida que deixou de ter sonhos e ambições. Não havendo portanto mais nada para consumir, o velho esqueleto tocou a rebate, e vai-se organizando em torno dos grandes roedores para fazer o ponto da situação. O pretexto, é a análise de um ano de mandato de Cavaco Silva!
Já se percebeu que estamos estacionados no défice, já percebemos que a única distracção colectiva que a propaganda permite, para além de televisão e futebol, são estas provocações sobre a vida e a morte dos seres humanos! Curioso passatempo!
É assim, que entre o esquecimento das vítimas da Casa Pia, se organizam referendos para liberalizar o aborto, se fazem propostas para ‘salas de chuto’, advento de outras questões ‘essenciais’ como o casamento de pessoas do mesmo sexo, ou a velha aspiração da eutanásia!
Entretanto a fronteira esgota-se, o país real separa-se definitivamente do país político, e surgem os primeiros sinais de descontentamento e divisão.
Nestes termos, a prova de fogo para Cavaco Silva será a próxima promulgação, ou não, da lei de liberalização do aborto, na sua versão pura e dura, engendrada pelo partido das dez semanas!
Se o fizer, isso corresponde à promulgação de tudo o que de errado temos vindo a 'construir', em Portugal e na Europa; e ficará refém de uma política desumana e anti-civilizacional que já não é possível iludir!
A fronteira está marcada.

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